O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil. Corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no País. Para 2016 a estimativa do INCA é de cerca de 80.850 mil novos casos em homens e de 94.910 mil em mulheres. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele, caracterizando-se pela proliferação dos melanócitos.
Com o intuito de agilizar e tornar mais rápido o diagnóstico de câncer de pele, o laboratório mineiro Hermes Pardini implantou o serviço de mapeamento corporal total de pintas, por meio do aparelho Vidix, um exame de última geração e com alta eficácia na prevenção do melanoma.
Para falar sobre esta tecnologia e sobre câncer de pele o portal LabNetwork entrevistou a Dra. Luciana Soares, dermatologista do Grupo Hermes Pardini, membro do Grupo Brasileiro de Melanoma e da Sociedade Internacional de Dermatoscopia. Confira:
LabNetwork – Quais os principais tipos de câncer de pele?
Dra. Luciana Soares – Existem três tipos mais comuns de câncer pele: o basocelular (mais frequente), o espinocelular e o temido melanoma (que não é o mais comum, mas é o um dos mais graves que existem entre todos os tipos de cânceres). O melanoma se dissemina (metástase) muito rápido e tem alto índice de mortalidade se não for detectado nos seu estágio inicial.
LabNetwork – Qual a incidência do câncer de pele no Brasil e no mundo?
Dra. Luciana Soares – O câncer de pele é um dos mais frequentes no mundo e sua incidência é alta e cresce a cada ano no Brasil. Temos um clima muito quente, muitos dias de sol ao ano e o hábito da exposição ao sol frequente. Isso, aliado ao fato de que grande parte da população ser clara ou mestiça, favorece seu aparecimento. No sul do país, pelo alto número de descendentes europeus, a incidência é bastante alta.
LabNetwork – Quais as características de uma lesão suspeita?
Dra. Luciana Soares – O câncer de pele pode se apresentar como: pequenas feridas que não cicatrizam; pequenas áreas ásperas; nódulos ou pintas escuras. Podemos desconfiar da existência do câncer de pele quando surgem pintas novas ou modificação de pintas já existentes. Crescimento, alteração da cor, sangramento, coceira, são sinais de alerta em uma pinta.
LabNetwork – Quais as formas mais comuns de diagnóstico de lesões cancerígenas? Em que casos deve-se fazer o exame anatomopatológico?
Dra. Luciana Soares – Toda lesão suspeita (como as descritas acima) devem ser examinadas e, se necessário, retiradas e enviadas para exame anatomopatológico.
LabNetwork – O Hermes Pardini possui o sistema Vidix para detecção de câncer de pele. Como ele funciona?
Dra. Luciana Soares – O mapeamento de pintas pelo Vidix é um exame importante na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele, principalmente o melanoma. O exame é minucioso, mas muito simples para o paciente e é indolor. O médico fotografa todas as lesões pigmentadas do corpo e depois as analisa por Microscopia de Superfície. Ele consegue visualizar até camadas profundas da pele. Feito isso, é emitido um laudo impresso enumerando as lesões que devem ser retiradas ou apenas sugerindo o controle com novo mapeamento em três, seis ou 12 meses. Por meio da análise das imagens gravadas, o dermatologista especialista em Dermatoscopia Digital consegue detectar, com mais precisão, alterações mínimas e iniciais na pele, sugestivas de malignidade. O exame possibilita um diagnóstico mais exato para a indicação da retirada (ou não) da lesão suspeita que possa vir a ser um melanoma e sugere quando é necessário um controle preventivo mais intenso. Isso possibilita, além do diagnóstico precoce, evitar biópsias desnecessárias em lesões que têm aparência suspeita a olho nu. Outra vantagem do Sistema Vidix é que as fotos das lesões ficam arquivadas e podem ser usadas para controle e comparações no futuro. Poucos centros de saúde no Brasil possuem o Vidix. O Hermes Pardini é o único a possuir o aparelho em Minas Gerais.
LabNetwork – Qual o perfil de pacientes que devem procurar um dermatologista em busca do diagnóstico precoce?
Dra. Luciana Soares – Os pacientes que devem fazer o mapeamento de pintas são aqueles considerados do grupo de risco ou qualquer outro que tenha alguma pinta suspeita. Os grupos de risco para câncer de pele são: pacientes ruivos ou muito claros; crianças com pintas de nascença grandes ou muitas pintas; pessoas que tiveram queimaduras com bolhas no passado; pessoas com muitas pintas; pessoas que tiveram melanoma; pessoas que tiveram casos de melanoma na família.